Festa de Santos Reis chega a reunir dez mil pessoas em comunidade rural de Paracatu.
A tradicional Folia de Reis, uma das festas folclóricas mais emblemáticas do Brasil, é comemorada há mais de duzentos anos em Paracatu. Período em que festeiros de todas as idades se reúnem para homenagear os três Reis Magos – Gaspar, Belchior e Baltazar – relembrando a visita deles ao menino Jesus logo após o seu nascimento, em 6 de janeiro.
Estima-se que no município existam 12 companhias de Santos Reis. Uma das festas mais populares acontece na zona rural, na região do Soares, local onde os grupos das comunidades Nolasco e Soares se encontram para a grande folia, realizada do dia 5 para o dia 6 de janeiro. A festa chega a reunir cerca de dez mil pessoas nesta data.
Cavalgando pelas fazendas desde o dia 29 de dezembro, os festeiros visitam as casas da região levando alegria às famílias e a palavra de Deus cantada em versos de improviso. “Aqui na região, nós não festejamos o Natal e nem o Ano Novo, a nossa festa é a de Santos Reis” explica Antônio de Jesus, conhecido como Delúcio, um dos festeiros mais antigos da região. É ele quem recebe os grupos no dia da grande festa.
Com cerca de 50 integrantes cada, os grupos são liderados pelos alferes, os festeiros encarregados de levar a bandeira, símbolo sagrado da Folia de Reis. Representando a Sagrada Família, a bandeira ou estandarte, traz figuras alusivas ao menino Jesus, à Maria, a José e aos três reis santos. Entre os festeiros, o contato com a bandeira é sempre um momento de muito respeito e devoção.
Para o presidente da Associação Santa Maria Nolasco e vereador municipal, Edvar Pacheco de Andrade, a Folia de Reis é um momento muito grandioso na vida dos foliões. “Para nós, a folia representa muito. Festejar Santos Reis é recordar de nossos antepassados. É uma tradição que fica no coração e na alma da gente”.
Para o jovem João Aparecido Lopes, a Festa de Santos Reis é o período mais importante de sua vida. “É uma tradição que vem desde do meu bisavô, passando pelo meu avô e pelo meu pai. Manter isso vivo é muito importante para a nossa cultura. Espero poder continuar como folião por muitos anos e passar essa rica tradição para os meus descendentes”.
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